DESABAFO RECOLHIDO: AMAR, PLANTAR E CUIDAR É PERMITIDO

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Quanto mais individualidade, que caracteriza bem cada ser humano, melhor. À medida que o tempo passa, você descobre que não faz parte de grupo nenhum. Caminhar só não é o mesmo que estar sozinho, mas sim aprender individualmente todos os detalhes da vida. Quando estamos em grupo perdemos a capacidade pessoal de valorizar ou desprezar as coisas. 

A última tendência (na moda) é ficar sempre dentro da "massa" por medo de errar individualmente e ter que responder por isso. Quando se é uma massa, é mais fácil revidar críticas em conjunto. Está cada vez mais difícil enxergar pessoas e reconhecê-las verdadeiramente. Infelizmente, só enxergo massas. O simples fato de sermos atenciosos com os irmãos, amigos ou afins sugere alguma má intenção da nossa parte. E mesmo se houvesse a “tal má intenção”, por que seria errado querer conhecer alguém, se relacionar? Por isso, deixamos de agir como queremos e agimos como o “outro pensaria que seria uma boa atitude”. Não existe correto ou errado. O fogo para mim, sempre foi azul, por exemplo. A realidade é o que eu vejo e eu enxergo o fogo pelo gás do fogão na cozinha. 

Acredito na personalidade ilimitada e, por vezes, ouvimos alguém dizer “é necessário podar nossas atitudes”. Mas essas palavras vêm, quase sempre, de pessoas que nunca aprenderam técnicas de jardinagem ou plantio. É necessário sim, plantar amor, dedicação, cuidado com o outro. Como e por que a expressão livre, educada e sincera deveria ser repelida? Receber uma poda dessas, para mim, é como receber um soco no estômago e me colocar numa camisa de força. Existem podas sim, observe as plantas! Mas quando se retira uma folha seca ou feia do arbusto, ela cresce bonita e multiplica. Essa poda, que certos falsos jardineiros incentivam tanto, só gera rebelia, divisão e distanciamento entre todos porque ninguém consegue mudar sua personalidade repentinamente sem haver perda na sua força e vigor pessoal, o que faz a forma de expressão humana ser tão bonita. Ora, é fato que a poda será temporária e perdeu o sentido original de ser. 

Eu conheço mudanças que multiplicam e embelezam, mas é uma "poda pelo conhecimento" adquirido e pela “tomada de consciência individual”. Me sinto limitada a dizer somente “Olá, tudo bem? Como vai?” aos meus amigos, enquanto eu poderia me sentar num belo sofá e ter um longa conversa sobre o presente, passado e futuro, sem ter que me preocupar com o que está fluindo em pensamentos alheios. E se fluir alguma coisa, o que chamam de "clima" não seria bom e natural para ambos? Isso acontece porque ficamos condicionados a somente buscar conhecer o outro quando estamos interessados “amorosamente”. E digo mais: não amamos os amigos e as pessoas, amamos o que elas podem fazer por nós. 

É uma geração que suga momentos sem profundidade, que clama em apelo pela companhia do próximo para não estar só. O medo de existir inventa a "coexistência" (sempre em dupla), mas as características de personalidade ainda estão lá, mas encobertas pela sombra do outro. É fato que certos casais “enamorados” nem sempre se conhecem, só compartilham olhos, boca e um pouco de atenção em horas marcadas. Como eu gostaria de voltar no tempo para tentar alertar todos que, no futuro, seria assim antes que eu estivesse nele. 

É lamentável a forma como não podemos mais nos relacionar de verdade com outras pessoas. Sinto falta de poder dizer que conheço mesmo alguém, o próximo. No meu cotidiano, um dia sem profundidade teria a mesma utilidade que um poço artesiano raso para uma casa. Continuo “caçando” explicações para tudo isso e pretendo continuar "tentando" conhecer pessoas verdadeiramente e fazer novos amigos sem me preocupar como sou vista aos "olhos de terceiros". Se você, rapaz ou moça, também é um(a) caçador(a) de pessoas (como eu) para um círculo íntimo de amizades, estarei aqui postando mais histórias.

Obs*: esta história não acaba nesta postagem. O desabafo é infinitamente maior e sobre vários outros assuntos.


Leia, annyme-se, comente e... Não desista, cassideias!
Bises.

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